Startup paulista lança serviços de limpeza, pintura e dedetização com drones

Os drones, estes aparelhos voadores que vêm sendo usados hoje nas mais diferentes aplicações, começam agora a ser utilizados em faxinas de casas, edifícios e grandes estruturas.
A ideia é da Urano Drone Wash,uma startup que teve início em São Paulo no final do ano passadodecidida a inovar na área de limpeza por meio da tecnologia dos drones, e já vem registrando uma boa demanda para diversos serviços em edificações as mais diversas.
O projeto nasceu quando a startup percebeu uma boa oportunidade no mercado de limpeza predial, devido às dificuldades das empresas de lavagem de fachadas ou de facilities em contratar mão de obra especializada. A solução encontrada foi a inserção de drones para a realização desta tarefa.
Ou, melhor seria dizer, tarefas, já que os drones da Urano Drone Wash são capazes de realizar vários serviços, além da limpeza em grandes estruturas e pintura de fachadas extensas.
Os drones da empresa estão operando, por exemplo, até em inspeção patológica que identifica e analisa problemas estruturais de edificações. Depois da verificação é elaborado um laudo pericial. O equipamento também realiza dedetização em áreas de difícil acesso.
Os drones da startup são de última geração. São equipados com bombas de alta pressão, sistemas de pulverização e produtos próprios para jatear fachadas, silos graneleiros, telhados e coberturas, além de grandes estruturas.
De acordo com a companhia, a tecnologia garante uma limpeza profunda e segura, eliminando inclusive a necessidade de andaimes ou plataformas elevatórias.
“Nossa empresa nasceu com o propósito de trazer eficiência, redução de custos operacionais, segurança e sustentabilidade, entre outros aspectos importantes da manutenção predial”, afirma o diretor Operacional da startup, Marcello Galindo. “E isso com apenas um tipo de drone de alta tecnologia, mas com equipamentos e materiais para cada tipo específico de serviço”.
Investimentos – O mercado brasileiro de limpeza movimenta cerca de R$ 32 bilhões anuais, gerando 90 mil empregos diretos. Para Galindo, esse panorama reflete um mercado dinâmico e em transformação, com espaço para inovações e práticas sustentáveis, como também oferece oportunidades crescentes para serviços especializados.
Segundo ele, o setor de limpeza profissional tem sido inclusive resiliente às crises, com crescimento médio de 2% ao ano no setor industrial e maior profissionalização no atendimento dos segmentos como saúde, turismo e food service.
A Urano Drone Wash começou a operar com um investimento inicial de R$ 600 mil e já projeta um faturamento para 2025 superior a R$ 4 milhões. Com o sucesso de suas tecnologias e serviços, a Urano Drone Wash prevê expansão também para países da América Central e América do Sul.
“A nossa pretensão é de automatizar o máximo possível os serviços de limpeza, deixando para os drones todo o trabalho pesado, repetitivo, difícil e arriscado”, enfatiza o diretor Operacional.
De acordo com Galindo, isto será possível porque a empresa possui um time de desenvolvimento Open CV (biblioteca de código aberto, que permite interação com várias linguagens de programação) e uma equipe de robótica que também é altamente qualificada e integrada a uma comunidade de código aberto – o open source.
Em relação ao tempo dos serviços, o diretor da Urano Drone Wash explica que os drones conseguem realizar uma limpeza altamente eficaz em bem pouco tempo.
“Eles realizam uma limpeza de 250 metros quadrados em apenas uma hora. Enquanto os limpadores tradicionais levam 8 dias para limpar um prédio de 10 andares, nós finalizamos na média em somente um dia, dependendo do serviço a ser realizado e espaço trabalhado”, compara o executivo.
Na realização dos serviços, todas as operações de voos de drones são autorizadas pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e pelo Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea), do Ministério da Defesa. Os aparelhos são homologados também pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).
Os pilotos de drone da startup são membros da Associação Brasileira de Multirrotores (ABM), que reúne os operadores remotos que utilizam esses aparelhos de forma profissional.
“Ou seja, temos total amparo dos órgãos responsáveis para as nossas operações, que são muito seguras, assertivas e conduzidas por profissionais treinados e bastante qualificados”, afirma Galindo.
Ele acrescenta que a vantagem do uso de drones neste serviço também é importante por outra razão: se por um lado há um crescimento no setor de limpeza no país, por outro o número de acidentes envolvendo profissionais da limpeza que trabalham em alturas é alarmante.
De fato, de acordo com dados de 2012 a 2022 do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), com tratamento e análise do Observatório de Saúde e Segurança no Trabalho, as quedas de altura representam 8,45% das notificações mais frequentes em acidentes de trabalho, representando mais de 3,3 mil trabalhadores acidentados no período analisado. “Mas, com esta nova tecnologia, os riscos de acidentes são extremamente reduzidos”, conclui Galindo. (texto: Alberto Mawakdiye/foto: Divulgação)