Arco elétrico pode representar risco, mas há formas de prevenção

Os acidentes com energia elétrica, abrangendo choques elétricos, incêndios por sobrecarga e outras descargas, atingiram a marca de 759 ocorrências no primeiro semestre de 2021, segundo dados recentes da Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade (Abracopel). Esses dados confirmam uma realidade, que a energia, seja ela qual for, é perigosa e pode causar graves consequências.
Diante dessa informação, é necessário considerar possíveis situações que podem causar riscos como os citados acima e saber a melhor forma de lidar com elas, como é o caso do arco elétrico.
Também conhecido como arco voltaico, essa energia é resultado de uma circulação de corrente elétrica entre dois pontos que resulta em um curto-circuito. “Para que esse fenômeno aconteça, é necessário que haja dois eletrodos condutivos, ou seja, dois pontos com diferença de potencial, e entre eles um gás ou isolante que sofre uma ruptura dielétrica capaz de romper a isolação produzindo uma descarga”, explica o Castellane Ferreira Engenheiro e diretor da Varixx, fabricante de soluções para eletrônica de potência.
O arco elétrico pode gerar um calor tão intenso que atinge até 20.000 °C, temperatura superior à suportada por qualquer material conhecido. Essa descarga elétrica representa um grande perigo para a vida das pessoas, graves ferimentos ou até mortes. Além disso, pode causar danos irreparáveis em máquinas, equipamentos e no meio ambiente, trazendo prejuízos econômicos e responsabilização socioambiental.
“Diariamente aqui na Varixx, indústrias de todos os tamanhos nos procuram para relatar eventos envolvendo arco elétrico. Muitas vezes, essas mesmas indústrias esperam algo realmente grave acontecer para começar agir, e quando algo desse nível ocorre, subestações com vários painéis são destruídos impactando o processo produtivo e, o mais drástico, levando a vida das pessoas”, comenta Ferreira.
O especialista conta que essa quantidade de energia difundida na forma de luz e calor, em alguns casos, podem ter sua aplicabilidade projetada, bastante importante para processos que fazem o uso controlado do arco elétrico, por exemplo, em equipamentos elétricos como alguns tipos de lâmpadas, máquinas de soldagem, forno de arco voltaico, velas de ignição, entre muitos outros. Portanto, generalizar de que o arco elétrico é sempre prejudicial, não é uma verdade.
Dentre os diversos riscos oferecidos pela energia elétrica, o arco elétrico destaca-se como um dos mais perigosos aos trabalhadores. Pois, em função da grande quantidade de energia liberada e das altas temperaturas geradas por esse fenômeno, os trabalhadores podem sofrer queimaduras graves ou até risco de morte. Também, os seus efeitos são ainda mais amplos, uma vez que são gerados vapores metálicos tóxicos, projeção de metal fundido, luz intensa e uma onda de pressão.
As falhas que originam um arco elétrico estão associadas, na maior parte dos casos, a curto-circuitos fase-terra, que podem evoluir repentinamente para um curto-circuito trifásico, e as causas mais comuns que acarretam essas falhas são queda de ferramentas, contato acidental da equipe de manutenção, acúmulo de corrosão ou poeira nos condutores, isolantes envelhecidos e presença de pragas, como ratos ou cobras, que entram em contato com condutores energizados. Podendo produzir calor intenso, explosões, ondas de pressão e outros efeitos. Por liberar uma grande quantidade de energia em um curto espaço de tempo, o arco elétrico passou a ser considerado um dos principais riscos envolvendo eletricidade.
“Além disso, a luz emitida e o espectro de frequências do arco elétrico inclui radiação de raios ultravioletas, podendo causar danos à retina ocular de um ser humano”, explica.
COMO EVITAR ARCO ELÉTRICO – As vestimentas de proteção são uma boa maneira de minimizar os efeitos do arco elétrico nos trabalhadores em serviços de eletricidade. No entanto, para atuações em áreas de elevado risco, o nível de proteção dos EPIs não são suficientes para proteger a vida dessas pessoas.
A norma regulamentadora NR-10, Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade, apresenta um conjunto de medidas que se colocadas em prática reduzem a possibilidade de um trabalhador sofrer as consequências de um arco elétrico. Da desenergização do painel a utilização de EPCs e EPIs, medidas de proteção coletivas e individuais, auxiliam para evitar que um arco elétrico aconteça, ou acontecendo minimizar as suas consequências.
Ferreira, afirma que entre as medidas existentes estão os sistemas de proteção contra arco voltaico através de sensores que detectam ultravioleta. Esses sistemas conseguem abrir os disjuntores e seccionadores do circuito logo após a identificação do arco elétrico em antecipação, atuando de forma ultrarrápida. Dessa maneira reduzindo a caloria irradiada e a energia elétrica incidente.
Um exemplo desse sistema é o detector de arco elétrico através da radiação ultravioleta. Zyggot Arco, da Varixx, realiza essa detecção que dispensa a necessidade de leitura de corrente elétrica para confirmar o evento de arco. Dado que durante o processo de consolidação de um arco elétrico, ocorre a elevação abrupta de ultravioleta.
“Em função disso, as inovações do Zyggot são consideradas uma das melhores do mercado, em razão de aumentar a segurança, minimizar danos em equipamentos e prevenir a vida dos profissionais”, afirma Ferreira.
Energia elétrica é um risco, não apenas para a vida de funcionários que atuam na área, mas também para toda a infraestrutura de uma empresa e também para sua imagem corporativa associada a péssima exposição advindas de acidentes de trabalho. Por isso, atente-se ao sinal e tome medidas preventivas, para que não seja necessário que elas sejam aplicadas após o acontecimento de um acidente.