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CNI e Sebrae criticam decisão do Copom de desacelerar a redução da taxa básica de juros

A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil de reduzir a taxa básica de juros (Selic) em apenas 0,25%, no dia de 8 maio, quebra o ciclo de recuos consecutivos de 0,5%. Com isso, a taxa chega ao nível de 10,5% ao ano – em agosto de 2023, o índice era de 13,75%.  A decisão recebe críticas.

 

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) considera inadequada a decisão do Copom. “Essa decisão é incompatível com o atual cenário de inflação controlado e torna impraticável continuar o projeto de neoindustrialização do país com altos níveis de taxa de juros. Reduzir o ritmo de corte da taxa básica tira a oportunidade de o Brasil alcançar mais prosperidade econômica, aumento de emprego e de renda”, afirma o presidente da CNI, Ricardo Alban.

 

O Sebrae avalia que, apesar da redução, a medida não beneficia as pequenas empresas, pois o crédito para esse público chega a quase 40% ao ano, impossibilitando a tomada de novos empréstimos.

 

“Ainda é um valor muito elevado. Entendemos que o Banco Central está preocupado com o cenário externo mais delicado e talvez com as contas públicas, mas não há motivo para retrocesso. O acesso a crédito é fundamental para impulsionar o nosso país, fazer a economia crescer e alavancarmos com mais velocidade a criação de empregos”, avalia o presidente do Sebrae, Décio Lima.

 

A pesquisa do Sebrae “Pulso dos Pequenos Negócios”, realizada em março, indica que a inadimplência atinge um em cada quatro pequenos negócios no país e as dívidas em atraso representam, no mínimo, 30% das despesas dessas empresas. O resultado é ligeiramente pior que o identificado no levantamento feito em novembro de 2023, quando a inadimplência atingia 23% dos entrevistados.

 

O levantamento do Sebrae revela ainda que a situação é pior para os microempreendedores individuais (MEI). Nesse universo, o percentual de endividados chega a 26%, contra 23% das micro e pequenas empresas. O peso das dívidas também é maior entre os MEI, grupo em que elas representam cerca de 63% das despesas, resultado significativamente superior ao registrado entre as micro e pequenas empresas, segmento em que cerca de 45% das despesas correspondem a empréstimos e dívidas em atraso.

 

De acordo com a CNI, houve aumento real de 1,1% nas concessões totais de crédito no acumulado em 12 meses até março de 2024, em comparação com acumulado em 12 meses até março de 2023, mas as concessões para as empresas tiveram queda real de 1,9%. Para a entidade, a queda nas concessões de empréstimos evidencia as sérias dificuldades em tomar crédito, devido ao custo elevado, e prejudica os investimentos, a produtividade e a competitividade.

 

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