Consumo de energia no mercado livre cresce 10,7% em 12 meses
O consumo de eletricidade no mercado livre de energia, ambiente onde fornecedores e consumidores negociam livremente preços, prazos e outras condições de contratação, cresceu 10,7% nos últimos 12 meses encerrados em fevereiro de 2023, quando atingiu 26.959 MW médios – o maior patamar de consumo da história do mercado livre de energia brasileiro.
Esse volume seria suficiente para abastecer todas as residências e todos os comércios no país em uma hipotética situação em que todos esses tivessem o direito de escolher o fornecedor. Atualmente, somente grandes empresas industriais e comerciais, com demanda superior a 500 kW, podem participar do mercado livre de energia, onde obtêm preços mais baixos e outros benefícios.
Os dados fazem parte da mais recente edição do Boletim da Energia Livre, publicação da Abraceel que mostra o panorama mensal atualizado do mercado livre de energia no Brasil com base nos indicadores mais recentes divulgados por diversas instituições e consultorias.
Em termos de unidades consumidoras, o mercado livre de energia cresceu 17% nos últimos 12 meses encerrados em fevereiro, acumulando 4.609 novas unidades consumidoras no período. Com isso, o ambiente de contratação livre passou a somar 32.142 unidades consumidoras, agrupadas em 11.265 consumidores. Cada unidade consumidora equivale a um medidor de energia.
Em fevereiro de 2023, o custo da energia, que é um dos componentes da tarifa elétrica, foi de R$ 278/MWh no mercado regulado e de R$ 100/MWh do mercado livre, uma diferença de 64%.
O Boletim da Energia Livre da Abraceel diz ainda que o mercado livre se consolida como indutor das energias renováveis, absorvendo 92% da energia gerada por usinas a biomassa, 57% por PCH, 47% por eólicas e 53% por solares centralizadas. Com isso, o mercado livre absorveu 53% da geração de energia consolidada de fontes renováveis incentivadas (eólica, solar, PCH e biomassa), aumento de 41% nos últimos 12 meses.
No Pará (58%) e em Minas Gerais (53%), mais da metade da eletricidade demandada mensalmente pelos consumidores já é proveniente do mercado livre de energia.
Em preparação à nova onda de abertura do mercado, Brasil já registra 492 comercializadoras de energia, das quais 28 surgiram nos últimos 12 meses.