EUA ampliam lista de produtos de exportação controlada para a China

No dia 17 de outubro, começou um novo round na guerra de chips entre os EUA e a China: o Departamento de Comércio dos Estados Unidos emitiu outra atualização em seus regulamentos de controle de exportação. Desta vez, a medida incluiu setores como os de equipamentos de fabricação de semicondutores e chips HPC (principalmente chips de IA-Inteligência Artificial), e a adição de duas novas empresas à Lista de Entidades. A TrendForce destaca que uma mudança significativa é a inclusão formal do NXT:1980Di, da ASML, que antes estava em uma área cinzenta, na lista de itens controlados. No entanto, uma vez que a ASML já recebeu luz verde para remessas pós-aplicação, as repercussões imediatas desta mudança ainda não foram vistas, diz a TrendForce.

Por outro lado, o cenário indica que o segmento dos chips HPC está preparado para uma mudança, pois a proibição atual expande o controle sobre as séries A800, H800 e L40S. Este desenvolvimento está preparado para ver os gigantes da tecnologia da China – ByteDance, Baidu, Alibaba e Tencent (BBAT) – reduzirem seu apetite pelos servidores de IA de ponta da NVidia de 5-6% do mercado global de servidores de IA para escassos 3-4%.

Embora a medida tenha freado a demanda do CSP chinês por servidores de IA de ponta, a TrendForce antecipa uma corrida de armazenamento por parte do BBAT nesta fase de transição. É provável que a NVidia também tente alocar seus recursos atualmente escassos, como o H800, para uso dos clientes chineses.

No longo prazo, observando as proibições contínuas de chips de IA impostas pelos EUA desde 2022, tem havido uma tendência acelerada entre empresas chinesas de maior porte ou tecnologicamente capazes de desenvolver chips independentes, caso da Pingtouge, da Alibaba, que está entrando no segmento de ASIC (application specific integrated circuit ou circuito integrado de aplicação específica) e a Huawei está a investindo na sua série Ascend para construir um ecossistema local na China.

Além disso, na área a IA ​​de ponta, com os seus modelos menores e chips de inferência, há a busca de desempenho menos rigorosos, e também nesse caso os fabricantes chineses de chips como a Pingtouge e a Hanergy parecem estar acelerando os seus esforços de desenvolvimento.

A TrendForce prevê que os fabricantes de chips de IA, como NVidia e AMD, também planejarão produtos que cumpram as novas regulamentações dos EUA. Estas decisões poderão levar os fabricantes de chips a desenvolver soluções mais diversas para se adaptarem às restrições da geopolítica global. Por exemplo, eles podem expandir linhas de produtos com capacidades TFLOPS mais modestas, como TF16 ou TF32, ou uma solução em direção a tamanhos de matrizes mais robustos, atendendo assim aos requisitos técnicos da proibição sem sacrificar o alcance do mercado.

Além disso, novas sanções poderiam catalisar uma mudança de paradigma entre os principais patrocinadores da China, como o BBAT e instituições acadêmicas e de pesquisa, e incentivá-los a considerar a introdução de recursos de formação em IA de regiões fora da China. Essa estratégia apoiaria o trabalho fundamental na área do Large Language Model (LLM), posteriormente seguindo para treinamento, de ajuste fino ou atividades de inferência de IA para modelos menores em território nacional.

A mudança também pode estimular o entusiasmo da NVidia em defender seu modelo de assinatura e leasing em nuvem DGX, ancorado nos servidores AI A100 ou H100, ou até mesmo ampliar seus horizontes para incluir serviços em nuvem mais diversos (o L40S, entre outros). Esta estratégia poderia não só atrair a clientela chinesa, mas também lançar uma rede mais ampla para abranger clientes em regiões que enfrentam os seus próprios problemas geopolíticos, proporcionando assim uma solução versátil num cenário internacional complexo. (Franco Tanio)