Metal Mecânica

Indústria italiana de máquinas-ferramenta da Itália cresce em 2021 e prevê nova expansão em 2022

O ano de 2021 foi extremamente positivo para a indústria italiana de máquinas-ferramenta, robótica e automação, que obteve aumentos de dois dígitos para todos os indicadores econômicos importantes. Essa tendência deve continuar ainda em 2022, ano em que todo o terreno perdido em 2020 deverá ser recuperado. É dessa forma que Barbara Colombo, presidente da Ucimu-Sistemi per Produrre, a associação italiana de fabricantes de máquinas-ferramentas, robôs e sistemas de automação, descreveu o desempenho do setor e as expectativas durante conferência de imprensa de fim de ano, realizada no dia 14 de dezembro.

De acordo com dados do Departamento de Estudos e Cultura Empresarial da Ucimu, em 2021 a produção atingiu os 6.325 milhões de euros, o que representa um crescimento de 22,1% em relação a 2020. O resultado deveu ao desempenho dos fabricantes italianos no mercado interno, que aumentou 27,8% para 2.965 milhões de euros, bem como ao desempenho positivo das exportações, atingindo 3.360 milhões de euros, mais 17,4% que no anterior ano.

De acordo com dados da Istat, instituto de estatística da Itália, agregados pela Ucimu, no período de janeiro a setembro de 2021 (últimos dados disponíveis), as exportações italianas de máquinas-ferramenta voltaram a crescer em quase todos os países de destino. As vendas para a Alemanha,  o principal destino de exportação do setor, aumentaram para 256 milhões de euros (+ 38,4%). Os outros principais países de destino foram os Estados Unidos, 251 milhões de euros (+ 9,7%), China, 154 milhões de euros (-5,3%), Polônia, 118 milhões de euros (+ 29%) e França, 117 milhões de euros (+ 1,2%)

O mercado interno mostrou-se extremamente aquecido, conforme evidenciado pelos dados de consumo, que aumentou 30,4% em 2021 face ao ano anterior, atingindo um valor de 4.645 milhões de euros. A relação exportação/produção diminuiu dois pontos percentuais, para 53,1%. Apesar do dinamismo do mercado, em 2021 a indústria italiana do setor não conseguiu recuperar totalmente da recessão vivida em 2020, devido à falta de componentes e matérias-primas. Esse fenômeno causou atraso entre a coleta dos pedidos e a efetiva entrega das máquinas.

Pesquisa realizada em outubro pela Ucimu, indica que 95% das empresas sofreram atrasos no abastecimento. O atraso médio é de 3 meses, o que, somado ao usual mês e meio de espera normal, faz com que o prazo de entrega dos componentes e materiais aumentesse para 4 meses e meio. Segundo as empresas entrevistadas, o impacto deste atraso no prazo de entrega das máquinas é estimado em 4 meses. Com isso, o tempo médio de entrega das máquinas atualmente é de 9 meses contra os 5 meses, que os fabricantes habitualmente garantem aos seus clientes.

A tendência positiva observada em 2021 deve continuar em 2022, ano em que deve haver uma recuperação total do colapso devido ao surto da pandemia. Segundo a Ucimu, em 2022 a produção deverá aumentar para 7.015 milhões de euros (+ 10,9% face a 2021), impulsionada pelo aumento das exportações, que deverão atingir 3.620 milhões de euros (+ 7,7%) e pelo aumento das entregas dos fabricantes no mercado interno, que deverão subir para 3.395 milhões de euros (+ 14,5%).

O crescimento experimentado em 2021 deve continuar também em 2022, conforme destacam as projeções. Isso também é confirmado pela análise da carteira de pedidos dos fabricantes italianos relativos ao terceiro trimestre de 2021 (dados disponíveis mais recentes), que atingiu 7,6 meses de produção garantida, o maior valor já registrado nos últimos 30 anos – no terceiro trimestre de 2020, o indicador ficou em 5,1 meses.

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