Leilão A-5 contratará pela primeira vez energia gerada a partir de resíduos sólidos
No Brasil, os resíduos como fonte energética são empregados em maior escala pela indústria cimenteira. Pela primeira vez, a Aneel lançou leilão de novos projetos de waste-to-energy (WTE), tendo como combustível os resíduos sólidos urbanos. Previsto para o dia 30 de setembro, o leilão de energia nova A-5 contratará energia elétrica de empreendimentos de geração de fontes hídrica, eólica, solar fotovoltaica e termelétrica a biomassa, a gás natural, a carvão mineral nacional e a partir de tratamento de resíduos sólidos urbanos.
O custo marginal de referência para WTE é de R$ 639,00/MWh. Para o presidente da Associação Brasileira de Recuperação Energética de Resíduos (Abren), Yuri Schmitke, esse valor viabiliza o mercado de waste-to-energy no Brasil e contribui a formação desse segmento.
A Abren atuou acompanhando o planejamento desse leilão inédito para o WTE no Brasil e comemora o preço teto por ser um marco e sinalizar o nascimento desse mercado no país. Um número abaixo desses R$ 639,00 não viabiliza licenças ambientais às usinas e nem proporciona condições de participarem de outros leilões.
Para esse certame, foram registrados dozes projetos WTE, o que totaliza 315 MW, contudo 131 MW alcançaram a licença ambiental que a Aneel requer para participação no leilão. O fornecimento de energia iniciará em 1º de janeiro de 2026, com duração entre 15, 20 e 25 anos.
Foram registrados 1.694 projetos com 93,9GW de capacidade instalada. Isso inclui 690 projetos eólicos para 22,8 GW, 835 projetos solares fotovoltaicos para 32,3 GW, 71 projetos hidrelétricos para 1,1 GW e 86 projetos termelétricos para 37,4 GW.