Eletrônica e Informática

Microfábricas automatizadas ajudam operadores de datacenter no manejo do lixo eletrônico que produzem

O mercado de datacenters cresce de forma acelerada no mundo todo, inclusive no Brasil. Com o rápido avanço da tecnologia, equipamentos utilizados em datacenters tornam obsoletos criando enormes quantidades de lixo eletrônico. Hoje, os datacenters estão entre os principais contribuintes, gerando 2,6 milhões de toneladas de lixo eletrônico em todo o mundo, a cada ano.

 

Para ajudar a lidar com o problema do lixo eletrônico, a ABB Robotics está colaborando com a start-up norte-americana Molg para criar microfábricas robóticas para recuperar e reciclar equipamentos eletrônicos fora de uso dos operadores de datacenters.

 

Alternativa à desmontagem manual, ou envio de equipamentos para aterro ou incineração, a microfábrica resolve muitos dos desafios associados à eliminação de resíduos eletrônicos. Com as regulamentações crescentes em relação ao manuseio responsável de equipamentos desativados, a desmontagem automatizada reduz os riscos associados ao manuseamento de elementos tóxicos que podem causar danos ao ambiente e à saúde humana, e libera os trabalhadores de tarefas árduas e potencialmente perigosas.

 

Como muitos componentes também contêm elementos de terras raras (REE), a capacidade de maximizar a sua recuperação através da automação também proporciona uma oportunidade econômica para reutilizá-los na produção de novos equipamentos eletrônicos.

 

A solução de microfábrica é voltada para operadores hyperscalers, que operam grandes redes de datacenters e empresas que atuam no segmento de IT Asset Disposition (Itad), promovendo a reciclagem e a reutilização de equipamentos, reduzindo a quantidade de resíduos eletrônicos e o impacto ambiental

 

“Por meio desta colaboração, continuamos a concretizar a nossa visão de ajudar as organizações a operar de forma mais eficiente e sustentável”, diz Craig McDonnell, diretor geral da Business Line Industries, ABB Robotics. “Com a Molg, estamos criando novas aplicações para robótica industrial em um segmento crescente com circularidade e sustentabilidade no centro. Nossa solução permite a atualização e a desmontagem automatizada de equipamentos de datacenter, ajudando a criar maior circularidade no setor por meio do descarte responsável, reciclagem e reutilização de componentes.”

 

A Molg aborda o crescente problema do lixo eletrônico tornando a fabricação circular. A microfábrica robótica da empresa pode desmontar autonomamente produtos eletrônicos complexos, como computadores portáteis e servidores, ajudando a manter componentes e materiais valiosos nas cadeias de abastecimento e fora dos aterros sanitários. A Molg faz parceria com os principais fabricantes de eletrônicos para projetar a próxima geração de produtos com a reutilização em mente, garantindo que o fim de um produto seja o começo de outro.

 

“Depois de uma década no ramo da fabricação de produtos eletrônicos de consumo, fundamos a Molg porque vimos em primeira mão como os atuais processos de projeto, produção e recuperação – ou a ausência deles – contribuem para o enorme problema do lixo eletrônico”, afirma o cofundador e CEO da Molg, Rob Lawson-Shanks. “Alcançar a verdadeira circularidade requer uma mudança fundamental nos sistemas subjacentes que apoiam a ‘desfabricação’. Começa com um melhor design e é possibilitada pela automação dinâmica”, complementa.

 

A Molg anunciou em outubro, que fechou US$ 5,5 milhões em financiamento inicial para dimensionar os processos de produção circular da empresa para componentes eletrônicos e elétricos. O Closed Loop Partners’ Ventures Group liderou a rodada, com a participação do Amazon Climate Pledge Fund, ABB Robotics & Automation Ventures, Overture, Elemental Impact e Techstars.  (texto: Franco Tanio/foto: divulgação)

 

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