Participação de mulheres na área de tecnologia cresce, mas remuneração é mais baixa que dos homens
As mulheres ocupam apenas 26,7% dos empregos no setor de tecnologia no mundo. A situação não é muito diferente no Brasil. Apesar de as mulheres comporem a maioria da População em Idade Ativa (PIA) no país – cerca de 51% – a indústria de tecnologia ainda é predominantemente masculina, com os homens representando cerca de 75% dos profissionais.
Na Indústria de Software e Serviços de Tecnologia da Informação e Comunicação (ISSTIC), a participação de profissionais femininas cresceu de 33.196 em 2015 para 43.990 em 2021, um aumento de 32,5%. A presença feminina é de 25% Indústria de Software, 23% nos Serviços de TICs e 13% no setor de Telecom. No caso masculino, esse aumento foi de 31,6%.
A proporção de mulheres permaneceu estável em várias ocupações, como analistas (26%), engenheiros (12%), gerentes (32%), programadores (22%) e tecnólogos (23%). No entanto, houve uma queda na representação feminina em ocupações como diretores (de 22% para 15,4%), administradores (de 20,6% para 18,7%) e técnicos (de 11,3% para 6,5%). Além disso, as mulheres receberam em média 79% do salário pago aos homens.
Os dados são do Observatório Softex, que acaba de lançar o artigo “W-Tech – O panorama da participação feminina no setor de TICs”, o terceiro da série Observando.
“Com uma remuneração inferior à masculina, uma sub-representação na força de trabalho na ordem de 25% e ocupação de apenas 32,1% nos cargos gerenciais, fica evidente que este cenário requer uma aceleração significativa em direção à meta ambiciosa de atingir 50% de representação feminina até 2030. O ajuste desta disparidade está ocorrendo de maneira extremamente lenta, sugerindo que políticas, investimentos, incentivos e promoção das mulheres devem ser priorizados para agilizarmos o processo de equidade no setor de TICs”, alerta Elisa Carlos, head de operações da Softex.
Cientes do impacto desse gargalo, governo, empresas e academia têm somado esforços para promover a diversidade de gênero nesse setor, oferecendo programas de capacitação, mentorias e espaços inclusivos para encorajar mais mulheres a ingressarem e se destacarem na área de tecnologia da informação. Apesar disso, em 2021 apenas 16,5% das matrículas em cursos da área eram de mulheres.
O conteúdo completo do artigo “W-Tech – O panorama da participação feminina no setor de TICs” está disponível em: https://softex.br/observatorio-softex/