Produção da indústria eletroeletrônica recua em julho, mas cresce mais de 15% no acumulado do ano
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A produção da indústria elétrica e eletrônica recuou 2,4% no mês de julho de 2021 em relação ao mês e anterior, com ajuste sazonal, conforme dados do IBGE agregados pela Abinee. Na comparação com julho de 2020, a produção do setor caiu 5,4%. A queda na produção do setor em julho de 2021 em relação a julho de 2020 resultou do recuo de 6,8% da área eletrônica e da retração de 4,1% da área elétrica.
Os principais responsáveis pela retração da área eletrônica foram a redução de 26,6% nos aparelhos de áudio e vídeo, queda de 11,2% equipamentos de comunicação e o recuo de 8,6% nos componentes eletrônicos. Por outro lado, observou-se elevação de 35,3% na produção de bens de informática e aumento de 16,7% nos instrumentos de medida. Na área elétrica, a maior queda foi na produção de lâmpadas e outros equipamentos de Iluminação (-30,2%), seguidas de eletrodomésticos (-9,2%), equipamentos para distribuição e controle de energia elétrica (-4,2%) e geradores, transformadores e motores elétricos (-3,4%).
A produção de pilhas e baterias cresceu 12,4%, enquanto os outros equipamentos elétricos registraram expansão de 52,6%. Nessa área, estão classificados os aparelhos elétricos de alarme para proteção contra roubo ou incêndio e eletrodos, escovas e outros artigos de carvão ou grafita para usos elétricos. Nota-se que a partir de julho do ano passado a base de comparação torna-se mais forte, porque a produção do setor já se recuperava dos piores efeitos da pandemia na atividade econômica, apresentando resultados superiores aos verificados em iguais meses de 2019, período anterior à pandemia.
ACUMULADO ATÉ JULHO – No acumulado de janeiro a julho de 2021, a produção industrial do setor eletroeletrônico cresceu 15,7% em relação ao igual período de 2020. Destaca-se que a produção acumulada nos primeiros sete meses deste ano foi 2,4% acima da verificada em janeiro-julho de 2019, período anterior à pandemia. Ao comparar com o acumulado de janeiro a julho do ano passado, o resultado na produção do setor decorreu da elevação de 19,3% da área elétrica e do acréscimo de 11,7% da área eletrônica.
Na área elétrica, todos os segmentos do setor apontaram taxas positivas em relação ao acumulado dos primeiros sete meses do ano passado, com os maiores incrementos na produção de eletrodomésticos (+33,1%) e nas pilhas e baterias (+32,8%). Cresceu também a produção de geradores, transformadores e motores (+11,9%), equipamentos para distribuição e controle de energia elétrica (+4,7%) e lâmpadas e outros equipamentos de iluminação (+3,2%). No caso dos equipamentos elétricos não especificados anteriormente, nos quais estão classificados os aparelhos elétricos de alarme para proteção contra roubo ou incêndio e eletrodos, escovas e outros artigos de carvão ou grafita para usos elétricos, a elevação foi de 22,2%. Na área eletrônica, caiu apenas a produção de aparelhos para áudio e vídeo (-3,9%). O acréscimo mais expressivo foi na produção de bens de informática (+50,2%), seguido de instrumentos de medida (+29,3%). Também foram observadas elevações, porém mais modestas, na produção de componentes eletrônicos (+3,6%) e de equipamentos de comunicação (+0,9%).
A média móvel anual da produção total da indústria eletroeletrônica vinha mostrando melhora nos últimos meses de 2019, porém, piorou a partir de fevereiro de 2020. A retração desse indicador agravou-se a partir do mês de março em decorrência dos impactos negativos da pandemia da Covid-19, permanecendo em queda até junho. Contudo, a partir de julho de 2020, já foi possível observar melhora neste índice, sugerindo retomada da atividade. Os resultados favoráveis apontados nos últimos meses de 2020 amenizaram a queda da produção da indústria eletroeletrônica, que encerrou o ano com uma retração mais amena do que se esperava em meados do ano passado. Apesar da leve queda observada em janeiro deste ano, esse índice voltou a ficar positivo a partir de fevereiro de 2021.
Porém, nos últimos dois meses, a média móvel anual da produção do setor começou a dar sinais de estabilidade, chegando a ficar negativo no mês de julho deste ano. A falta de matérias-primas e componentes, principalmente semicondutores, e a consequente alta de preços desses itens, vêm trazendo dificuldades para as empresas do setor, como atrasos na produção e entrega e até mesmo paralisação parcial da produção, fatores que prejudicam a atividade do setor. Mesmo com esses entraves as expectativas para os próximos meses continuam favoráveis com os empresários do setor atentos ao avanço da vacinação no país e a evolução da pandemia no Brasil e no mundo.
As atenções estão voltadas também para a possibilidade de uma crise hídrica que pode ameaçar o fornecimento de energia no Brasil, que, além de gerar aumento de preços, também poderia inibir a atividade econômica.