Metal Mecânica

Produção de bicicletas no Brasil pode atingir 850 mil unidades em 2021

“O brasileiro redescobriu a bicicleta. Hoje vemos muitas famílias retomarem o hábito do pedal. Há ainda aqueles que a usam para deslocamentos urbanos e como instrumento de trabalho.” A frase é de Cyro Gazola, vice-presidente do segmento de bicicletas da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo).

De fato, os dados confirmam a afirmação de Gazola. As fabricantes de bicicletas instaladas no Polo Industrial de Manaus (PIM) produziram 83.766 unidades em setembro e alcançaram o melhor resultado do ano.  De acordo a Abraciclo, o volume é 15,9% superior às 72.293 unidades que saíram das linhas de montagem em agosto. Na comparação com o mesmo mês do ano passado, no entanto, houve queda de 6,1% (89.209 bicicletas). Porém, no acumulado do ano, foram produzidas 586.536 bicicletas, alta de 26,4% na comparação com o mesmo período de 2020 (463.894 unidades).

Gazola afirma que os bons números reforçam a expectativa do setor em produzir 850 mil unidades este ano. “Apesar de ainda estarmos fortemente impactados pela falta de insumos, os resultados comprovam o esforço das fabricantes em atender ao consumidor que quer adquirir uma bicicleta”, diz.

O executivo afirma que a escassez de peças e componentes, como sistemas de freios, transmissões, suspensões e selins deve persistir até 2022. “A Abraciclo e suas associadas buscam alternativas para não depender tanto dos fornecedores externos, mas esse trabalho exige investimento e não acontece de uma hora para outra, pois é preciso manter os padrões de qualidade e tecnologia”, comenta Gazola.

Ainda assim, as fabricantes têm investido em novos produtos, com lançamentos que ajudam a manter o segmento aquecido. “Hoje, as bicicletas produzidas no Polo Industrial de Manaus estão entre as mais tecnológicas do mundo. A indústria nacional segue forte e pronta para retomar o ritmo mais intenso de produção quando a situação dos insumos estiver normalizada”, acrescenta o vice-presidente do segmento de bicicletas da Abraciclo.

PRODUÇÃO POR CATEGORIA – Com 47.978 unidades e 57,3% do volume total fabricado, a Moutain Bike (MTB) liderou o ranking das categorias mais produzidas em setembro. Em segundo lugar, ficou a Urbana/Lazer (20.650 unidades e 24,7% do volume fabricado) e em terceiro, a Infanto-Juvenil (12.613 bicicletas e 15,1%).

Em setembro, foram exportadas 3.803 bicicletas, um aumento de 5,1% na comparação com agosto (3.618 unidades) e de 334,1% em relação ao mesmo mês do ano passado (876 bicicletas).

Os principais destinos foram os países da América do Sul. De acordo com dados do portal Comex Stat, que faz um levantamento dos embarques totais de cada mês e que foram analisados pela associação, foram embarcadas 2.137 bicicletas para o Paraguai, o que corresponde a 56,2% do volume total exportado. Em segundo lugar, ficou a Bolívia (860 unidades e 22,6% do volume exportado) e em terceiro, o Uruguai (639 unidades e 16,8%).

No acumulado do ano, as exportações totalizaram 16.773 unidades, aumento de 66,2% em relação às 10.093 bicicletas registradas no mesmo período de 2020. O Paraguai manteve a liderança do ranking, com 9.610 unidades e 57,3% das exportações. Na sequência, vieram o Uruguai (5.606 bicicletas e 33,4% do volume exportado) e a Bolívia (1.312 unidades e 7,8%). (Foto: Wagner Setubal/Divulgação/Houston)

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