Produção de chips na China recua 5,1% em março

A produção de semicondutores na China sofreu queda de 5,1% no mês de março em relação ao mesmo mês de 2021, para 28,5 bilhões de unidades. Essa produção contrasta com a de março do ano passado, quando houve expansão de 37,4% atingindo 29,1 bilhão de unidades, de acordo com reportagem de Che Pan, publicada no South China Morning Post, no dia 18 de abril. Os dados da matéria são baseados nos números do National Bureau of Statistics (NBS), da China. Nos meses de janeiro e fevereiro de 2022, a produção já havia recuado 1,2%

A queda na produção chinesa de circuitos integrados é atribuída à política de Covid-19 zero, adotada pelo país, o que levou a novos lockdowns e outras restrições.

Os dados da NBS mostram que a produção geral de circuitos integrados da China no primeiro trimestre atingiu 80,7 bilhões de unidades, uma queda de 4,2% em relação ao mesmo período do ano passado.

“O último bloqueio em Xangai agravou ainda mais a situação, interrompendo a logística e obstruindo as cadeias de suprimentos, o que afetou muitas pequenas e médias empresas”, diz William Wang, executivo-chefe da consultoria de fabricação de semicondutores IC Cafe, com sede em Xangai.

Os mais recentes bloqueios e restrições de viagens por conta da  Covid-19 na China criaram um pesadelo para os operadores de logística, que estão desesperados para levar carga aos portos e além das fronteiras, enquanto os fabricantes e exportadores do país correm para cumprir os prazos de entrega. Isso pode complicar ainda mais os planos de expansão da indústria de semicondutores da China em meio aos esforços do governo dos EUA para estabelecer uma aliança da indústria com seus aliados asiáticos.

“A instabilidade da cadeia de suprimentos levou as empresas a serem mais cautelosas na colocação de pedidos e os investimentos foram apertados”, diz Wong, do IC Cafe. “Sem um forte estímulo financeiro, suspeito que o declínio na produção de chips continuará no curto prazo.”

A queda no volume de produção de semicondutores em março ocorre em meio a uma desaceleração no crescimento geral da produção de valor agregado industrial da China, que atingiu 5% no mês passado, mostram dados do NBS. A queda foi de 7,5% nos primeiros dois meses do ano.

Os dados da NBS também mostram que a taxa de utilização da capacidade de produção da China no primeiro trimestre na fabricação de computadores, comunicações e outros equipamentos eletrônicos atingiu 77% em março, queda de 2,3 pontos percentuais em relação ao mesmo período do ano anterior.