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Sem a inovação caótica, é impossível criar a aplicação que muda o mundo e o homem

Kara Sprague (*)

As aplicações – sistemas como o Internet Banking do seu banco ou o engine que faz o Uber existir – são o veículo por meio do qual os negócios digitais se desenvolvem e entregam bens e serviços. Na verdade, a enorme valorização das gigantes digitais pode ser atribuída aos portfólios de aplicações missão crítica dessas empresas. Sem a aplicação, as maiores empresas do mundo, hoje, não poderiam fazer negócio algum. É o caso do Facebook, da Amazon, da Lyft.

As aplicações e os dados por elas manipulados são a moeda que fazem a economia digital girar. Isso é o que define o momento em que vivemos: a era do capital da aplicação.

Para um crescente número de empresas, as aplicações são o principal ativo de balanço patrimonial. um ativo responsável por uma tremenda criação de valor.

A verdade, porém, é que a era do capital da aplicação tem um lado B.

De ativo, a aplicação pode ser instrumento para uma terrível destruição de valor. A maior queda em um dia isolada do valor de mercado de uma empresa – a queda de US$ 120 bilhões do Facebook no fim de julho de 2018, 19% de seu valor de mercado – ocorreu após a empresa contar aos investidores que o crescimento do número de usuários havia diminuído em consequência do escândalo da Cambridge Analytica. Hoje considerado um marco histórico da economia digital, essa situação levou ao uso de dados de 87 milhões de perfis do Facebook para capacitar um poder estrangeiro a interferir na eleição para presidente dos EUA em 2016.

Embora o Facebook seja um exemplo extremo de nativo digital, a lição se aplica até mesmo a empresas que aspiram serem chamadas “digitais”. A gestão eficaz desse recurso valioso, mas vulnerável – o portfólio de aplicações de uma organização -, precisa estender-se além da TI para a totalidade do C level. À medida que as aplicações passam a ser muito mais do que simplesmente o mecanismo de como uma empresa faz negócios e se tornam cada vez mais o próprio negócio, o papel da TI também precisa evoluir.

Na Economia das Aplicações, a TI passa a ter dois imperativos: 1) abraçar e permitir a inovação caótica e 2) minimizar o risco da empresa.

Inovação caótica?

Há muito tempo, o caos vem sendo usado como ferramenta para as empresas desencadearem inovação. Alguns exemplos:
. Andy Grove, da Intel, costumava dizer às pessoas que elas precisavam “Deixar o caos reinar para só então reinar no caso.” Essa abordagem criou nesta organização uma cultura que iniciou a era do desenvolvimento do caos: permitir que as pessoas pensassem fora dos limites de seus padrões normais, dedicassem tempo a experimentar e ousassem ter ideias realmente magníficas.

. Larry Page e Sergey Brin, fundadores do Google, destacaram a ideia por trás da necessidade de inovação caótica (não em tantas palavras) em sua carta de IPO em 2004. A carta afirma: “Nós incentivamos nossos funcionários a, além de seus projetos regulares, dispenderem 20% de seu tempo trabalhando em algo que eles pensem que será mais benéfico para o Google.” Essa abordagem levou a muitas inovações, incluindo AdSense, Gmail e um sem-número de outras ideias alinhadas com a era do capital da informação e da inovação caótica.

As empresas que acolhem o caos compreendem os benefícios dessa visão. Compreendem, também, que a inovação caótica tem de passar, necessariamente, por uma nova visão sobre as aplicações que fazem o negócio girar.

Tanto no caso de empresas que já são digitais como com as que aspiram a ser digitais, a inovação caótica acontece quando os desenvolvedores de aplicações são livres para criar e implementar novas aplicações. Isso tem de ser feito sem a preocupação com disponibilidade, estabilidade, segurança ou conformidade.

Não há muitos desenvolvedores já alinhados com a era do capital da aplicação e da inovação caótica.

Sendo esse perfil de profissional o recurso mais escasso da Economia das Aplicações, todo segundo desperdiçado por um desenvolvedor impacta a velocidade de criação de valor da empresa. Atrasos ou erros nesse processo farão a empresa digital vender menos e crescer menos.

As empresas que encaram com seriedade a criação e o aprimoramento de seu capital de aplicações buscam sem cessar soluções que economizem tempo dos desenvolvedores, reduzam a complexidade e eliminem expertise desnecessária. A meta desta verdadeira revolução é manter o desenvolvedor focado em implementar rapidamente o código – o resultado de seu trabalho e o tesouro digital que a empresa mais valoriza.

Para sobreviver na economia digital, toda empresa precisa aprimorar e manter seguro seu capital de aplicações. E, ao mesmo tempo, investir na inovação caótica. Essas duas metas parecem opostas entre si, mas não são.

A solução para isso é oferecer ao desenvolvedor um conjunto consistente de serviços de aplicação que possam ser utilizados com qualquer app, em qualquer lugar. Trata-se de tecnologias elásticas, flexíveis e seguras que estão disponíveis no ambiente multi-cloud e podem servir de base para todos os experimentos que a inovação caótica exige. A meta é criar o ambiente perfeito para o desenvolvedor ser ao mesmo tempo criativo e produtivo, com a garantia extra de que isso será feito com toda a segurança necessária.

O resultado será, mais uma vez, a aplicação que muda o mundo, muda o homem.
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(*) A autora é vice-presidente sênior e gerente geral de Serviços de Aplicativos da F5 Networks.

FONTE: IPSEI

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