Metal Mecânica

Setor de máquinas e equipamentos apresenta crescimento significativo em outubro

Com receita líquida total de R$ 14.637,90 milhões no mês de outubro, a indústria de máquinas e equipamentos apresentou crescimento de 2,9% em relação ao mês de setembro e salto de 16% na comparação com o mesmo mês de 2020. “Esta foi a alta mais significativa em 2020”, segundo o relatório sobre o desempenho setorial divulgado pela Abimaq no dia 25 de novembro.  Com o resultado de outubro – quarto mês consecutivo de aumento -, a receita líquida total acumulada no ano atingiu R$ 113.931,25 milhões, refletindo um pequeno crescimento de 0,7% na comparação com o mesmo período de 2019.

A estabilidade no faturamento do setor se deve ao bom desempenho no mercado doméstico e à queda menos acentuada nas exportações. A receita líquida interna do setor no mês de outubro foi de R$ 10.897,74 milhões, com crescimento de 2,3% em relação a setembro e aumento 16,9% na comparação com o mesmo mês de 2019. No acumulado ao ano, a receita de R$ 81.754,37 milhões é 5,1% maior que no mesmo período de 2019.

O aumento de 2,3% na receita líquida interna deve-se à retomada das atividades de diversos setores clientes. Segundo dados do IBGE, houve aumento na produção dos setores automotivo, de vestuário, de papel e celulose, por exemplo.

 

COMÉRCIO EXTERIOR – As exportações de US$ 664,82 milhões no mês de outubro apresentaram uma recuperação de 2,6% em relação ao mês de setembro. Porém, na comparação com outubro de 2019, a queda foi de 8,8%. No acumulado do ano, as exportações totalizaram US$ 5.996,61 milhões, despencando 26% em comparação ao mesmo período de 2019.

A queda nas exportações atingiu todas as áreas da indústria de máquinas e equipamentos em 2020. Entre as áreas que apresentaram quedas mais significativas estão: máquinas para logística e construção civil (-38,4%) e máquinas para petróleo e energia renovável (-33,5%), e máquinas para a indústria de transformação (-29,2%). A área que apresentou menor queda no volume de vendas ao exterior foi o de máquinas para a agricultura (-1,3%).

Por mercados geográficos, a queda no volume de exportações também é generalizada. Para os EUA, o maior parceiro comercial da indústria setorial brasileira, o tombo foi de 29,8% de janeiro a outubro.  As vendas para os países da América Latina em geral recuaram 22,3%. Para a Argentina, o segundo principal destino das exportações brasileiras, a redução no volume de vendas foi de 13,9%. Porém, no caso argentino é importante observar que mercado já se mostra arrefecido há mais tempo, devido à prolongada crise econômica experimentada pelo país. Para o mercado europeu, as exportações caíram 27% de janeiro a outubro.

 

As importações de máquinas e equipamentos em outubro foram de US$ 1.133,03 milhões. Em relação a setembro, houve aumento de 2%. Porém, em relação a outubro passado, a queda foi de 27%, a sétima queda consecutiva nesse tipo de comparação. No acumulado até outubro, as importações somaram US$ 12.515,83 milhões, com recuo de 9,6% em relação ao mesmo período de 2019.

Em que pese o cenário desfavorável às importações, houve no acumulado do ano aumento de importações de máquinas para petróleo e energia renovável (+4,7%); máquinas para infraestrutura e indústria de base (+14,6%). Por outro lado, houve forte recuo nas importações de máquinas agrícolas (-27,8%); máquinas para bens de consumo (-21,9%) e máquinas para indústria de transformação (-20,8%).

 

CONSUMO APARENTE – Apesar da queda no volume de importações, o consumo aparente, que indica a parcela da produção interna destinada ao mercado doméstico somada das importações, vem crescendo. Em outubro, o consumo aparente somou R$ 18.164,34 milhões, 3% acima do observado em setembro, e 4,9% superior ao mesmo mês de 2019. No acumulado de janeiro a outubro, o consumo aparente totalizou R$ 157.342,36 milhões, 7,1% a mais que no mesmo período de 2019.

De acordo com a Abimaq, ainda que a importações tenham registrado forte recuo a partir do segundo trimestre, as vendas de máquinas de produção nacional compensaram a queda. Isso se refletiu na participação das máquinas e equipamentos de produção nacional no mercado brasileiro – hoje 52% das máquinas são de produção doméstica e 48% importadas.

O nível de utilização da capacidade instalada ainda permanece baixo. Em outubro, foi de 73,7%  – 0,8 pontos percentuais abaixo do registrado em outubro passado.

A carteira de pedidos segue oscilando no patamar de 9 semanas. No mês de outubro houve ligeira melhora passando de 9,2 semanas para 9,8 semanas.

No mês de outubro, o setor registrou 317,8 mil postos de trabalho, 3,6% acima do observado no mesmo mês de 2019. Segundo a Abimaq, o aumento no número de mão de obra ocupada no setor se deve à forte recuperação na produção de máquinas-ferramenta, máquinas agrícolas, reservatórios metálicos e determinados componentes. (Franco Tanio)

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