Metal Mecânica

Setor de máquinas e equipamentos fecha outubro com queda no faturamento

O mercado de máquinas e equipamentos encerrou o mês de outubro com que queda no faturamento. O consumo aparente também sofreu retração, praticamente confirmando a expectativa de o setor encerrar o ano de 2022 no vermelho. A Abimaq projeta retração de 3,8% a 3,9% na receita e não descarta nova revisão.

Segundo dados divulgados pela Abimaq no dia 30 de novembro, a receita líquida total no mês de outubro foi de R$ 26.235,51 milhões, refletindo queda de 10,4 % em relação ao mês anterior e de 9,4% na comparação ao mesmo mês de 2021. No acumulado dos dez primeiros meses de 2022, a receita líquida total de R$ 262.647,03 milhões é 5,1% menor que no mesmo período de 2021.

A receita líquida interna de R$ 20.431,66 milhões é 14,2% menor que a do mês de setembro e 12,4% abaixo do mesmo mês do ano anterior. No acumulado de janeiro a outubro, a receita líquida interna totalizou R$ 209.358,74 milhões, 6,7% menor que no mesmo período do ano anterior.

A reversão de expectativas parece pouco provável, porque a carteira de pedido, medida em número de semanas para atendimento, embora tenha registrado alta de 5% e atingindo 11,4 semanas, se encontra em nível 4,4% abaixo do observado em outubro de 2021. No ano, a carteira de pedidos ficou 3,9% abaixo da observada na média do ano anterior, 11,5 semanas contra 11,8 em 2021.

O nível de ocupação da capacidade instalada da indústria de máquinas e equipamentos recuou 0,3 p.p., e ficou 3,9% abaixo do nível registrado em outubro de 2021. Em média, o setor fabricante de máquinas e equipamentos, atuou, nos último 12 meses, com 79% da sua capacidade instalada.

O consumo aparente de R$ 32.856,49 milhões em outubro é 10,5% menor que de setembro e 10,7% inferior ao do mesmo mês de 2021. No acumulado do ano, o consumo aparente somou R$ 327.322,93 milhões, 6,9% menor que no mesmo período de 2021. No período 64% das aquisições foram de máquinas produzidas localmente, enquanto as importações responderam por 34%.

EXPORTAÇÕES – Em outubro de 2022, as exportações setoriais cresceram para US$ 1,1 bilhão, novo resultado positivo depois da queda registrada em setembro de 2022. É o sexto mês consecutivo em que as vendas externas apresentam resultado superior a US$ 1 bilhão. Volumes tão elevados não foram observados desde meados de 2012.

No acumulado até outubro, as exportações setoriais chegaram a US$ 10 bilhões, com crescimento de 25,1% sobre o mesmo período de 2021. As exportações representam cerca de 20% da receita total do setor. Em quantum (unidades físicas), o crescimento das exportações do período foi de 12,6%.

De setembro para outubro, somente dois setores apresentaram queda nas exportações: o de máquinas para bens de consumo e infraestrutura e indústria de base, -22,6% e -5,1%, respectivamente. No ano, o crescimento atingiu todos os grupos de máquinas e equipamentos observados, com destaque para o setor de máquinas para construção civil que saltou de US$ 2,3 bilhões para US$ 3 bilhões (+30,2%), e máquinas agrícolas que passou de US$ 1,2 bilhão para US$ 1,6 bilhão em 2022 (+36,7%). Também chamou a atenção o forte crescimento das exportações de motores no grupo de componentes (+55,3%).

No acumulado até outubro, houve aumento das exportações para a maioria dos países. O aumento para países da América do Sul continua como destaque. No período o crescimento foi de 42,1% ante o mesmo período do ano anterior, puxado pelo mercado argentino que expandiu a compra de máquinas nacionais em mais de 70%, especialmente de máquinas agrícolas.

Em 2022, a participação média histórica de países da América do Sul no total das exportações voltou ao patamar de 37%, nível observado em período anterior a 2018. Na América do Norte também houve crescimento das vendas (+20,4%) assim como em países europeus (24,9%).

IMPORTAÇÕES – No mês de outubro, as importações registraram queda de 3,5% em relação a setembro e crescimento de 10,9% na comparação com o mesmo mês de 2021. No acumulado de janeiro a outubro, houve crescimento de 13% nas  importações de máquinas e equipamentos no Brasil. As importações somaram US$ 20,4 bilhões no acumulado até outubro, contra US$ 18 bilhões  no mesmo período de 2021.

A queda nas importações de máquinas e equipamentos em outubro atingiu 5 dos 8 segmentos de mercado analisados pela Abimaq. Entre eles, destaca-se a indústria de transformação que registrou queda de 21,6%, petróleo e energia renovável com queda de 35,3% e componentes com queda de 4,3%. Já entre os que registraram aumento nas importações foram os de logística e construção civil (3,8%), agricultura (11,4%) e bens de consumo (15,7%).

No ano, o crescimento das importações atingiu todas as atividades. O maior crescimento percentual ocorreu na importação de máquinas para agricultura (50%).

Entre as principais origens das importações, China, EUA, Alemanha e Itália lideram o ranking respectivamente. No acumulado de janeiro a outubro, as importações oriundas da China cresceram 22,7% e passaram a representar 27,2% das máquinas importadas adquiridas pelo Brasil. A China, desde 2007, vem apresentando firme tendência de ocupação do mercado mundial e nacional de máquinas e equipamentos. No

Brasil passou de uma participação de 6,9% para 27,2%, mais de 20 p.p. em 15 anos. As importações desde os EUA registraram crescimento de 8,8% em 2022, da Alemanha 0,3%. Já as importações da Itália recuaram 6,5%.

Em outubro, 399 mil pessoas estavam empregadas na indústria brasileira de máquinas, com estabilidade em relação a setembro. Em relação ao ano de 2021, o setor continua com quadro superior, em 14.247  pessoas em relação ao mês de outubro. (Franco Tanio)

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