Brasil exporta energia elétrica para países vizinhos e arrecada R$ 750 milhões no primeiro semestre
No primeiro semestre de 2023, o Brasil arrecadou R$ 750 milhões com a exportação de energia elétrica a países vizinhos. Além desse montante financeiro, os agentes termelétricos recebem bilateralmente, a preços privados, pela venda da energia elétrica produzida, e os agentes exportadores de energia elétrica pagam o uso do sistema de transmissão, reduzindo o pagamento desse encargo pelos consumidores e geradores de energia elétrica brasileiros.
Segundo informações da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), somente com exportação proveniente de excedentes hidrelétricos foram cerca de 880 MWmédios, sendo 75% destinados à Argentina e 25% ao Uruguai. Com isso, o país conseguiu um benefício de R$ 665 milhões.
Já a exportação proveniente de usinas termelétricas chegou a 560 MWmédios, sendo 82% destinados à Argentina e 18% ao Uruguai. O benefício, nesse caso, foi de R$ 86 milhões em favor dos consumidores regulados.
Sobre as condições de atendimento eletroenergético, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) destacou que, em julho, foi registrada chuva acima dos valores médios históricos nas bacias dos rios Jacuí, Uruguai e Iguaçu, levando à ocorrência de vazão na região Sul do País.
E no mês de julho houve diversos recordes Sistema Interligado Nacional (SIN). A geração solar fotovoltaica, considerando a microgeração e a minigeração distribuída (MMGD), atingiu 5.317 MWmédios na média mensal (7,7% da carga). Também foram verificados recordes na geração eólica, cuja média mensal foi de 13.606 MWmédios (19,7% da carga), segundo o ONS.
O mês de julho finalizou com a melhor condição de armazenamento no SIN de todo o histórico: Sudeste/Centro-Oeste com 84%, Sul com 94%, Nordeste com 79% e Norte com 92%.
Adicionalmente, o ONS, a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e a CCEE concluíram a 2ª Revisão Quadrimestral das Previsões de Carga para o período de 2023 a 2027. O levantamento será incorporado a partir do Programa Mensal de Operação (PMO) de setembro, com previsão do crescimento médio do PIB de 2,2% ao ano (a.a.), com consequente efeito estimado na carga, de 3,3% a.a.
Com relação aos estudos prospectivos, o ONS prevê condições favoráveis para atendimento eletroenergético, com o armazenamento do SIN variando entre 58,7% e 80,3% ao final do mês de janeiro de 2024.
O ONS também apresentou o Plano Anual da Operação Energética (PEN), cobrindo o horizonte 2023 e 2027, que deverá ser publicado até o final de agosto.