Metal Mecânica

Faturamento da indústria de máquinas e equipamentos cresce em setembro, mas deve fechar o ano com recuo

A indústria de máquinas e equipamentos apresentou crescimento na receita e no consumo aparente em setembro, tanto na comparação com o mês de agosto, como na comparação com o mesmo mês do ano anterior. De acordo com dados da Abimaq, divulgados o último dia 26 de outubro, em coletiva de imprensa virtual, a receita líquida total em setembro somou R$ 29.726,91 milhões, com crescimento de 4,7% em comparação a agosto e expansão de 0,1% na comparação com setembro de 2021. A receita líquida interna foi de R$24.283,78 milhões, com incremento de 10,8% em relação a agosto 2,3% em comparação com setembro de 2021. Já o consumo aparente de R$ 37.150,23 milhões em setembro é 6,7% maior que a de agosto e 0,7% superior que a do mesmo mês de 2021.

O desempenho de setembro, porém, não foi o suficiente para reverter a queda no acumulado do ano. De janeiro a setembro, a receita líquida total de R$ 235.965,73 milhões é 4,4% menor que a do mesmo período de 2021. Na mesma comparação, a receita líquida interna de R$ 188.661,76 milhões é 5,8% menor. O mesmo acontece com o consumo aparente de R$ 293.791,98 milhões, que recuou 6,3%. Com esse desempenho no acumulado do ano, a Abimaq prevê fechar o ano com recuo de 2,3% na receita total.

O presidente executivo da Abimaq, José Velloso, frisa, porém, que apesar da queda na receita projetada para 2022, a indústria brasileira de bens de capital recua depois de expansão de 23% em 2021. Além disso, o executivo destaca que a carteira de pedidos segue elevada, apesar da queda em relação a 2021. A carteira de pedidos, medida em número de semanas para atendimento, registrou queda de 2,9% e atingiu 11,1 semanas, nível 10,3% abaixo do observado em setembro de 2021. No ano, a carteira de pedidos ficou 3,7% abaixo da observada na média do ano anterior de 11,5 semanas.

A ocupação da capacidade instalada também segue em bom nível, embora tenha recuado, conforme avalia Velloso. No mês de setembro de 2022 o nível de ocupação da capacidade instalada (Nuci) da indústria de máquinas e equipamentos caiu 0,2 p.p., anulou parte do crescimento observado em agosto (1 p.p.) e ficou 4,7% abaixo no nível registrado em setembro  de 2021. Em média, o setor atuou, nos último 12 meses, com 79% da sua capacidade instalada.

O número de pessoas empregadas na indústria brasileira de máquinas e equipamentos registrou aumento de 0,1% em relação ao mês de agosto de 2022 e atingiu o patamar de 399,2 mil.Em relação ao mês de setembro de 2021, o setor ampliou o seu quadro em 16.518 pessoas. O maior número de contratação de mão de obra, durante o mês de setembro, ocorreu nos setores fabricantes de componentes para bens de capital e de máquinas para bens de consumo (0,60% e 0,61%, respectivamente).

EXPORTAÇÕES – As vendas externas registraram US$ 1.039,37 milhões no mês de setembro. Em relação a agosto, a queda foi de 17,4% e, em relação a setembro de 2021, o crescimento foi de 6,6%. No acumulado até setembro, as exportações totalizaram US$ 8.921,16 milhões e registraram crescimento de 25,2%. Atualmente, as exportações representam cerca de 20% da receita setorial, mas já atingiu 30% de participação.

De acordo com Velloso, a expectativa é que as exportações se estabilizem em patamares próximos aos 30%. “Recuperamos mercados”, diz o executivo. “Em 2023, as exportações devem continuar crescendo”, acrescenta, frisando que o Programa Brazil Machinery Solutions (BMS), ação criada para fortalecer a imagem brasileira como fabricante de bens de capital mecânicos com tecnologia e competitividade, fruto da parceria entre Abimaq e ApexBrasil, desempenha importante papel para o crescimento das vendas externas do setor.

No ano, ocorreu aumento das exportações para a maioria dos países. O aumento para países da América do Sul continua como destaque do período. O crescimento foi de 44,3% ante o mesmo período do ano anterior, puxado pelo mercado argentino, que expandiu a compra de máquinas nacionais em mais de 70%.

Em 2022, a participação média histórica de países da América do Sul no total das exportações voltou ao patamar de 37%, nível observado em período anterior a 2018. As vendas para a América do Norte também cresceram (20,6%), assim como para os países europeus (24,1%).

IMPORTAÇÕES – As importações setoriais em setembro foram de US$ 2.257,93 milhões, com queda de 1,9% em relação a agosto e crescimento de 12,8% na comparação com o mesmo mês de 2021. No acumulado de janeiro a setembro, as importações somaram US$ 18.191,92 milhões, com crescimento de 13,2% na comparação com o mesmo período de 2021.

O relatório distribuído pela Abimaq diz que ainda que em setembro tenha havido leve recuo, as importações encontram-se em patamar elevado (acima de US$ 2 bi), próximo ao observado no período anterior à crise financeira iniciada em 2015.

Entre as principais origens das importações, China, EUA, Alemanha e Itália lideram o ranking respectivamente. No período de janeiro a setembro, as importações oriundas da China cresceram 20% e passaram a representar 27,2% das máquinas importadas adquiridas pelo Brasil. A China, desde 2007, apresenta firme tendência de ocupação do mercado mundial e nacional de máquinas e equipamentos. No Brasil passou de uma participação de 6,9% para 27,2%, mais de 20 p.p. em 15 anos.
Dentre as demais regiões fornecedoras de máquinas para o Brasil os EUA registraram crescimento de 8,7% em 2022, mas Alemanha e Itália queda de 3,5% e de 7,1%, respectivamente. (Franco Tanio)

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