Produção da indústria eletroeletrônica recua em janeiro de 2022
A produção da indústria elétrica e eletrônica, conforme dados do IBGE agregados pela Abinee, recuou 2,8% no mês de janeiro de 2022 ao comparar com o mês imediatamente anterior, com ajuste sazonal. A queda ocorre após dois crescimentos consecutivos. O resultado é devido à retração de 4,5% da área eletrônica e ao recuo de 1,1% da área elétrica. Na comparação com janeiro de 2021, a produção do setor caiu 12,4%. Nota-se que o resultado apontado em janeiro de 2022 foi inferior aos registrados em janeiro de 2019, de 2020 e de 2021.
A queda da produção no mês de janeiro de 2022 pode ter sido influenciada também pelo aumento de casos de afastamentos simultâneos de funcionários devido ao rápido avanço da variante ômicron neste início de ano.
Conforme sondagem de conjuntura realizada pela Abinee, 46% das empresas participantes dessa pesquisa informaram que a produção foi afetada em janeiro devido a este motivo.
Ao avaliar a produção apontada em janeiro de 2022 comparada com a verificada em janeiro de 2021, a queda mais expressiva ocorreu na área elétrica, cuja retração atingiu 19,6%, enquanto o recuo da área eletrônica foi de 3,7%.
Na área elétrica, as maiores quedas foram na produção de lâmpadas e outros equipamentos de iluminação (-33,3%), eletrodomésticos (-28,6%), pilhas e baterias (-25,2%) e equipamentos para distribuição e controle de energia elétrica (-22,1%).
No caso de geradores, transformadores e motores elétricos, a queda foi mais modesta, atingindo 3,1%.
Por outro lado, a produção de outros equipamentos elétricos cresceu 15,2%. Neste segmento estão classificados os aparelhos elétricos de alarme para proteção contra roubo ou incêndio e eletrodos, escovas e outros artigos de carvão ou grafita para usos elétricos.
A retração na produção de bens da área eletrônica foi influenciada pelas quedas dos aparelhos de áudio e vídeo (-20%) e dos instrumentos de medida (-4,7%).
A produção dos demais segmentos cresceu, com destaque para a elevação de 16,4% nos equipamentos de comunicação.
Em seguida, vieram os componentes eletrônicos. (+9,1%) e os bens de informática e periféricos (+2,7%).
A Abinee avalia que o ano de 2022 será desafiador, com indicadores econômicos mostrando um cenário de incertezas, com crescimento do PIB mais modesto e diversos pontos de atenção tais como: o aumento da inflação e a elevação da taxa de juros, fatores que inibem novos investimentos; oscilação da taxa de câmbio; e incertezas políticas, visto que 2022 será ano eleitoral.
A Abinee frisa que nesses resultados ainda não foram avaliados os efeitos da invasão russa na Ucrânia, fato que pode agravar a crise de semicondutores, com escassez de matérias-primas, além de gerar mais pressões nos preços de componentes eletroeletrônicos e nos custos de fretes.
INDÚSTRIA GERAL – A produção da indústria geral caiu 2,4% no mês de janeiro de 2022 em relação ao mês imediatamente anterior, com ajuste sazonal.
Ao comparar com janeiro de 2021, a retração foi de 7,2%. Nota-se que esse resultado foi inferior à queda de 12,4% da indústria eletroeletrônica.
Ao avaliar por categorias econômicas, destacou-se o recuo de 8% na produção de bens de capital, interrompendo uma sequência de 16 meses de taxas positivas consecutivas na comparação com o mesmo mês do ano anterior.
No caso da produção de bens de consumo, a queda foi de 11,9%.