Senai e grandes empresas vão fazer manutenção de respiradores mecânicos
O Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e dez grandes indústrias se uniram para realizar a manutenção de respiradores mecânicos que estão sem uso, a fim de ajudar no tratamento de pacientes com Covid-19. A rede voluntária conta com 25 pontos de manutenção, desde o dia 30 de março, dos quais dez são unidades do Senai e 15 estão em plantas das seguintes empresas: ArcerlorMittal, Fiat Chrysler Automóveis (FCA), Ford, General Motors, Honda, Jaguar Land Rover, Renault, Scania, Toyota e Vale.
Os pontos da Iniciativa + Manutenção de Respiradores estão em 13 estados: Bahia, Ceará, Espírito Santo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte , Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo.
“O Senai tem enorme satisfação de coordenar esse grupo de empresas, estruturando toda uma rede de serviços para ampliar a capacidade de manutenção dos ventiladores pulmonares”, afirma o diretor-geral do Senai, Rafael Lucchesi. “Esta é uma agenda extremamente importante dado o cronograma crítico da Covid-19 e a necessidade determinante de ter o maior número de equipamentos com prontidão, em funcionamento”, completa.
No momento, mais de 3,6 mil ventiladores pulmonares estão fora de operação no Brasil, seja porque foram descartados ou têm necessidade de manutenção, de acordo com a LifesHub Analytics e a Associação Catarinense de Medicina (ACM). Segundo os dados, existem 65.235 desses equipamentos no país, sendo 17.837 na rede privada e 47.398 no Sistema Único de Saúde (SUS). Os respiradores mecânicos são essenciais no tratamento de doentes que apresentam sintomas graves da covid-19, pois a Síndrome Respiratória Aguda Grave é um dos efeitos mais sérios da doença. A estimativa é que cada ventilador recuperado poderá atender até dez pessoas.
Os endereços dos locais para a manutenção dos respiradores estão disponíveis no link:
AUMENTO DE PRODUÇÃO – Além da manutenção, o Senai tem iniciativa para ampliar a oferta do número de ventiladores pulmonares. Um dos caminhos é aumentar a produção nacional. Foram identificados dois fabricantes, que manifestaram interesse em ampliar a produção, mas relatam obstáculos como a dificuldade na aquisição de componentes. Há uma iniciativa para fortalecer a cadeia de fornecedores e oferecer os componentes necessários. Outros fabricantes estão sendo identificados e contactados para que o Senai possa ajudá-los a superar as barreiras existentes e elevar a produção no Brasil.
Outra linha de ação é a importação de equipamentos. Na semana passada, a Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), em parceria com o governo do estado, indústrias e instituições catarinenses, fechou contrato para a importação de 200 respiradores destinados ao sistema nacional de saúde.
A rede do Senai de Inovação e de Tecnologia trabalha ainda para desenvolver produtos inovadores que ajudem a suprir a carência de equipamentos. Por meio do Edital de Inovação para a Indústria, foi selecionado projeto da empresa Aredes Equipamentos Hospitalares, com apoio do Instituto Senai de Inovação em Sistemas de Manufatura (SC), que vai adaptar ventiladores pulmonares da área veterinária para uso humano. O equipamento em versão simplificada poderia ser utilizado por pacientes na fase inicial, evitando o agravamento da doença. O ventilador será projetado, fabricado e testado na rede do Senai. Após a homologação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a expectativa é de produção de mil unidades por mês.
O Senai pôs sua infraestrutura a serviço do combate à pandemia de coronavírus em quatro frentes: 1) detecção e diagnóstico, por meio do apoio à maior produção de testes para detecção do vírus; 2) prevenção, com ajuda à fabricação de equipamentos de proteção individual (EPI); 3) tratamento de doentes, ao trabalhar na manutenção de respiradores mecânicos parados e apoiar a fabricação e desenvolvimento de novos equipamentos, e 4) gestão hospitalar, ao prestar consultoria para organização do fluxo, buscando otimizar o atendimento em hospitais e proteger os profissionais de saúde.