Evite acidentes elétricos com crianças e pré-adolescentes
As férias de verão estão logo aí e como as crianças e pré-adolescentes ganham mais tempo livre para brincar e se divertir, é hora de os pais redobrarem a atenção e os cuidados para evitar acidentes com a energia elétrica. Para evitar problemas com o risco de choques, a IFC/Cobrecom, produtora de fios e cabos elétricos de baixa tensão, lista uma série de recomendações para os pais e demais familiares.
O professor e engenheiro eletricista Hilton Moreno, que também é consultor técnico da IFC/Cobrecom, explica que dentro da casa o principal cuidado é com relação às tomadas, enquanto na parte externa o maior perigo está em empinar pipas em locais que possuem rede elétrica aérea.
“Os responsáveis pelas crianças devem manter as instalações elétricas e os aparelhos bem cuidados e conservados. Qualquer sinal de defeito ou mau funcionamento deve ser corrigido imediatamente por um profissional qualificado. Além disso, qualquer manuseio com relação à instalação elétrica ou retirada de algum equipamento eletrônico da tomada deve ser feito sempre por um adulto”, frisa Moreno.
Ainda segundo o profissional, os procedimentos de conscientização são sempre importantes, mas, dependendo da idade da criança, ela pode não ser capaz de assimilar os ensinamentos.
“Por isso, atenção muito especial deve ser dada à existência de um sistema de aterramento adequado na casa, e deve ser garantida a presença do DR, que é um dispositivo de proteção automática contra choques elétricos. E, com essas duas medidas, é possível diminuir drasticamente a quantidade de acidentes por choques elétricos com crianças e também com os adultos”, orienta o consultor técnico.
Também vale destacar que em qualquer assunto, incluindo instalações elétricas, mesmo que tudo seja feito da forma mais correta, seguindo normas, boas práticas e usando materiais adequados, ainda assim haverá o risco da ocorrência de acidentes.
“Os materiais elétricos, por exemplo, envelhecem e se tornam menos seguros e as crianças podem tocar em partes energizadas que não deveriam e assim por diante” diz Moreno.
TOMADAS – Devem ser instaladas de forma que fiquem posicionadas fora do alcance das crianças, principalmente as tomadas de uso específico, que são aquelas na qual ficam ligados os equipamentos de alta potência, como ar-condicionado, torneira elétrica, forno elétrico, geladeira, entre outros.
“O modelo ideal de tomadas para usar em locais com crianças é o que possui o chamado obturador, que mantém o contato elétrico da tomada fechado na ausência de um aparelho ligado nela. No entanto, embora tal modelo de tomada não seja facilmente encontrado em todas as lojas no Brasil, vale a pena pesquisar, pois os riscos de choques nas tomadas é drasticamente reduzido”, recomenda Moreno.
EXTENSÕES E BENJAMINS – Assim como as tomadas, réguas Ts, extensões e benjamins estão entre as principais causas de acidentes, seja por choque elétrico, por queimadura ou por quedas ao tropeçar nos cabos elétricos das extensões.
Por isso, os pais ou responsáveis devem estar atentos para que as crianças não toquem diretamente nesses componentes, nem devem deixar os cabos elétricos das extensões jogados de qualquer forma no meio dos locais de circulação das pessoas.
Uma dica para evitar o uso excessivo de extensões e benjamins é especificar uma tomada para cada aparelho elétrico. Numa sala de TV, por exemplo, onde são ligados diversos equipamentos, uma boa solução é prever quatro tomadas em uma única caixa.
Como explicado anteriormente, além dos cabos das extensões que podem ficar no chão e causarem a queda das pessoas em geral e das crianças em particular, os fios e cabos da própria instalação elétrica não devem ficar soltos ao alcance das mãos e pés das pessoas.
“Ainda mais porque tais produtos, quando colocados dessa maneira, ficam mais sujeitos a cortes e esmagamentos, que podem danificar a isolação do produto e resultar em choques elétricos e até incêndios”, esclarece o consultor técnico.
Por isso, nas residências, os fios e cabos elétricos devem obrigatoriamente ser instalados dentro de eletrodutos, canaletas ou outros componentes específicos para essa finalidade.
CÔMODOS MOLHADOS – Ficar atento às crianças em cômodos molhados como cozinhas, banheiros e lavanderias é sempre uma medida de extrema importância, não somente por causa da elétrica, mas também para prevenir quedas por escorregamento que podem ser muito perigosas.
“No caso da elétrica, além de impedir que as crianças toquem nas tomadas e aparelhos, o mais importante é ter a instalação elétrica que atende esses locais úmidos ou molhados em perfeito funcionamento, com a presença de condutores de proteção (“fio terra”) e dispositivo DR”, alerta Moreno.
CARREGADORES – De acordo com o Moreno, os carregadores originais de celulares, tablets e games são fabricados, ensaiados e certificados de modo a serem seguros quando utilizados dentro das especificações técnicas e orientações do fornecedor.
“Uma vez mantidos em bom estado, os carregadores originais normalmente não são fontes de risco de choque elétrico ou incêndio. Mesmo que fiquem ligados à tomada sem alimentar o respectivo equipamento eletroeletrônico, não é esperado que causem acidentes com as pessoas ou danos ao patrimônio. Também não há riscos se as pessoas tocarem no aparelho ou no carregador enquanto o celular ou tablet estiverem sendo carregados”, afirma o profissional.
Moreno ainda explica que o problema existe quando são utilizados carregadores piratas, que não seguem normas técnicas e não possuem qualquer tipo de certificação, sendo que, nestes casos, seja enquanto estão alimentando os equipamentos eletroeletrônicos ou quando ficam ligados à tomada sem alimentá-los, a possibilidade de ocorrência de acidentes aumenta significativamente.
Outra dica importante para evitar acidentes é retirar os carregadores da tomada sempre quando ocorrem chuvas com raios, pois, nessas situações, pode existir a propagação de correntes de raios pelas redes elétricas, que podem danificar o carregador e o aparelho e atingir quem estiver próximo ou em contato com ele.
PIPA – Os cuidados devem ser redobrados. A prática de soltar pipa deve ser realizada em lugares longe da rede elétrica aérea.
“As linhas utilizadas para empinar pipas não são totalmente isolantes e, mesmo quando possuem elevada resistência elétrica, a energia proveniente da rede aérea que foi tocada pela linha da pipa pode circular pela periferia da linha, que está úmida ou molhada, suja, com salinidade ou outros aspectos que a tornam condutiva. Desta forma, quando a linha da pipa toca no condutor da rede aérea que está energizado, a criança acaba sendo energizada também, sofrendo as consequências de um choque elétrico, que podem até levar a criança ao óbito”, alerta Hilton Moreno. (foto/divulgação: instalações da Cobrecom). Também é fundamental que essa brincadeira não seja realizada em dias e horários com possibilidade de chuvas fortes, como as de verão, que possuem grande incidência de raios.
“Os raios em geral procuram os caminhos mais altos para percorrerem até chegarem ao solo e, eventualmente, um dos caminhos pode incluir a linha da pipa, que por vezes atinge até algumas dezenas de metros, praticamente funcionando como se fosse um captor de raios (para-raios), atingindo a criança ou adolescente, causando sérios problemas”, adverte o consultor técnico.